quarta-feira, abril 20, 2005

Que outros lábios que não os seus os meus buscam e apenas meus olhos encontram. Que outra pele, que não a sua, a minha alma anseia, e apenas apenas minha pele encontra, prisioneira dos mesquinhos limites da carne. O ser bendito voando pra fora dos limites do sentir, condenando meu maldito ser ao tormento indizível da morte revivida a cada instante. O cheiro que impregna o meu cheiro e habita no meu peito e destrói os meu sentidos e me deixa na completa anosmia. Quais pecados cometi e quais cometerei pra poder pagar o preço da agonia a ti destinada pela minha mente embotada pelo drama, por mim mesmo engedrado, que me condeno viver todo dia. A que passado tortuoso me condenas, onde a parte que me cabe é a de um triste palhaço a beira do pranto do insignificante. Como poderá minha culpa ser purgada, a culpa do meu espírito, que também é corpo, que jogou-se em suas mãos e jogou-se sem mirar e querendo achar a paz, achou o riso desdenhoso. Mas esquece essas palavras. Porque o que foi dito talvez nem o tenho sido. É uma quimera de pensamentos, feita dos delírios e devaneios da vida que se acaba e que nunca vai se acabar. Do desespero do fim interminável. E a laconicidade da irônia vem destuir a prolixidade do rídiculo, desnudando o ser e expondo a pateticidade do poeta. E me pego sem fazer o menor sentido. Patético.

domingo, abril 17, 2005

(...)A garagem estava as escuras e ele tateava tentando achar o caminho até o elevador. Tentando não cair, deu uma trombada no carro de um vizinho, quase na porta do elevador. Deu um grito de dor abafado e procurou o botão. Mais uma vez não percebeu uma sombra, saindo de debaixo do seu carro. A criatura se arrastava, silenciosamente, no negrume, chegando cada vez mas perto, como que se preparando para um bote. Sorrateiramente ela avançava, ganhando terreno. Agora estava menos de dois metros dele. No preciso instante em que, finalmente, achou o botão, o perseguidor, achou, com a cabeça, o mesmo carro do vizinho. Ele ouviu o estrondo e um grito abafado de dor. Virou-se assustado em direção ao barulho. Do fundo da sua mente, perturbada pelo álcool e por si mesmo, um pensamento foi se formando. Aos poucos vinha emergindo, tomando forma. Demorou alguns instantes pra perceber o que se passava, mas finalmente a sua brilhante capacidade de dedução falou mais alto. Ele, assustado, pensou: “Nossa! Eu sou mais rápido que o som!”. E entrou no elevador.(...)

Zeba in projeto de livro ainda sem título

terça-feira, abril 12, 2005

Eu preciso parar de beber. Ou beber até enlouquecer duma vez. Essa coisa de enlouquecer aos poucos não dá.

quinta-feira, abril 07, 2005

"(...) mas provavelmente não existe (...) hoje em dia um único homeme maravilhado com a idéia de que é um ser humano. Estão todos atemorizados com a possibilidade de não vencerem na vida. Um homem inteligente, um homem sem medo, enfim, está preocupado com coisas mais importantes que dinheiro ou pelo menos é um homem que faz o dinheiro trabalhar por ele, e não o contrário."
Fausto Wolff in A Mão Esquerda

segunda-feira, abril 04, 2005

Eu não tenhos problemas com o alcool. Eu tenho problemas com a falta dele.