domingo, abril 17, 2005

(...)A garagem estava as escuras e ele tateava tentando achar o caminho até o elevador. Tentando não cair, deu uma trombada no carro de um vizinho, quase na porta do elevador. Deu um grito de dor abafado e procurou o botão. Mais uma vez não percebeu uma sombra, saindo de debaixo do seu carro. A criatura se arrastava, silenciosamente, no negrume, chegando cada vez mas perto, como que se preparando para um bote. Sorrateiramente ela avançava, ganhando terreno. Agora estava menos de dois metros dele. No preciso instante em que, finalmente, achou o botão, o perseguidor, achou, com a cabeça, o mesmo carro do vizinho. Ele ouviu o estrondo e um grito abafado de dor. Virou-se assustado em direção ao barulho. Do fundo da sua mente, perturbada pelo álcool e por si mesmo, um pensamento foi se formando. Aos poucos vinha emergindo, tomando forma. Demorou alguns instantes pra perceber o que se passava, mas finalmente a sua brilhante capacidade de dedução falou mais alto. Ele, assustado, pensou: “Nossa! Eu sou mais rápido que o som!”. E entrou no elevador.(...)

Zeba in projeto de livro ainda sem título

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