terça-feira, março 15, 2005

Talvez este seja sobre a vida. E a ridicularidade dela. Seja sobre como a maioria de vcs finge que a vida é linda quando é apenas uma sucessão de instantes podres e moribundos, que, na maioria dos casos, te mostra o quão ridicularmente pequeno vc é e que a sua importância, no geral, tende a zero e que o ponto onde vc vai chegar é o mesmo da grande maioria dos humanos: uma frustração, seguida do desespero e o nada a que estamos condenados. Sempre fingindo que estamos bem, obrigado, minha carreira tá crescendo, os meninos não usam drogas e meu marido não come a vizinha. Mas, na real, é tudo uma gigantesca bosta, o que faz do planeta o maior pinico a céu aberto que se tem notícia, com tendencia a piorar porque seus 6 bilhões de habitantes cagam suas vidinhas por toda parte e vivem chafurdando na própria merda, sem sentir o fedor da sua própria insignificancia, atribuindo a si mesmo um valor irreal e patético, supondo, com uma prepotência absurda, que está em controle da própria vida sem perceber que vive andando a esmo, rodando o mesmo ponto, rodando tanto que acaba cavando sua própria cova com os pés, e vai acabar enterrado vivo quando sua vida desabar sobre si mesma, entupindo seus canais respiratórios chegando, finalmente, ao ponto a que todos estamos condenados: morrer em vida sufocado pela própria merda.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial