segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Um observador desatento não saberia dizer a diferença entre o pôr do sol e o nascer dele. Um observador um pouco mais atento teria reparado em alguma pequena luzinha acesa num poste qualquer. O que também não faria a menor diferença pra se saber qual dos dois estava acontecendo. Na verdade, tudo é uma questão de pra onde a Terra tá girando no momento em que se olha ou, pra ser mais preciso, onde nosso hipotético observador se encontra nela no momento em que ela gira. Claro que, de uma hora pra outra, ela poderia ter ficado de saco cheio de tanto girar prum lado, e alguns sábios e mestres de Yôga afirmam que ela está ficando, e simplesmente decidir girar pro outro lado, só pra mudar um pouco a rotina. Mas aí ele (nosso observador) estaria ocupado demais em observar a provável extinção da Civilização Humana e de Todo o Resto que na realidade pouco importava se a merda do sol estava se pondo ou nascendo e quem liga pro sol de qualquer jeito? Se você não acredita que isso esteja acontecendo é só dar uma olhada nos claros sinais de cansaço que o planeta vem demonstrando. Claro que não tô falando de tsunamis, terremotos e outras bobagens. Isso acontece com o planeta desde que ele evoluiu da categoria de Amontoado de Poeira Sem Forma para Amontoado de Poeira Com Forma Mais Ainda Sem Condições Para Vida Humana e Outras Criaturas Irracionais. Estou falando de coisas realmente sérias, com o que devemos nos preocupar, como radares de transito, cantores com cabelos vermelhos e nome de fruta confundida com leguminosa, cerveja sem álcool e, o pior, os Homo Sapiens Sapiens em geral, a não ser, talvez, uns 3 ou 4 deles em todo esse tempo, incluindo aí o Jimmy Hendrix e Ferreira, um garçom de um finado bar na Ladeira da Barra, que só Deus, ou o Similar Nacional, ou Ninguém, caso não haja ninguém realmente lá fora, sabe por onde anda. Enfim, o ponto é que realmente essa história de depender do referencial que se olha e de onde se está na terra quando se observa o sol pra saber o que está acontecendo não dá mais pra acreditar. Como aquela história da inteligência dos golfinhos e tal. (Se você acredita nisso, é bom começar a colocar novamente botinhas na janela pro Papai Noel. É fato sabido que eles só ganharam essa notoriedade por serem “fofinhos e meigos” e ficarem fazendo gracinhas, uma descrição que se assemelha muito mais a um palhaço, a um filhote dos supra citados Homo Sapiens Sapiens ou alguma bicha em um baile de carnaval, do que um cientista do MIT. Ao invés disso, imagine um ornitorrinco. Agora imagine um cientista do MIT. Notou a semelhança?) O que você tem que perceber pra se saber se o sol tá nascendo ou se pondo ou se você vai observar a extinção da Civilização Humana e de Todo o Resto é até que ponto o planeta tem paciência pra ficar girando estupidamente a uma velocidade definitivamente estonteante ao redor de um sol que manda ondas radioativas sem realmente chegar a nenhum lugar com isso enquanto alguns seres que acham que sabem que sabem (excluindo os cientistas do MIT e os ornitorrincos que realmente sabem) cuidam pacientemente da sua destruição (do planeta. E deles também). O que, se você parar de olhar pro sol e outras coisas inuteis e,finalmente, perceber que existem outras pessoas ao seu redor, vai se tocar que essa história de girar como um louco sem sair do lugar é exatamente o que acontece com os tais homens que sabem que sabem. Menos os ornitorrincos. Portanto se você não é um ornitorrinco ou um cientista do MIT (o que, no final, é quase a mesma coisa) e acha que nunca vai conseguir ser nenhum dos dois, desista. Continue olhando pro nada, ou pro próprio umbigo, como faz o resto da humanidade. Aliás, essa é a grande vantagem dos ornitorrincos em relação aos outros mamíferos: Eles não tem umbigo, logo não perdem tempo olhando pra ele. O que os torna fadados, inexoravelmente, a dominar o planeta e a pensar melhor do que qualquer outra criatura filha de Deus ou Semelhante. Incluindo aí os tais cientistas do MIT.

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