quarta-feira, abril 20, 2005

Que outros lábios que não os seus os meus buscam e apenas meus olhos encontram. Que outra pele, que não a sua, a minha alma anseia, e apenas apenas minha pele encontra, prisioneira dos mesquinhos limites da carne. O ser bendito voando pra fora dos limites do sentir, condenando meu maldito ser ao tormento indizível da morte revivida a cada instante. O cheiro que impregna o meu cheiro e habita no meu peito e destrói os meu sentidos e me deixa na completa anosmia. Quais pecados cometi e quais cometerei pra poder pagar o preço da agonia a ti destinada pela minha mente embotada pelo drama, por mim mesmo engedrado, que me condeno viver todo dia. A que passado tortuoso me condenas, onde a parte que me cabe é a de um triste palhaço a beira do pranto do insignificante. Como poderá minha culpa ser purgada, a culpa do meu espírito, que também é corpo, que jogou-se em suas mãos e jogou-se sem mirar e querendo achar a paz, achou o riso desdenhoso. Mas esquece essas palavras. Porque o que foi dito talvez nem o tenho sido. É uma quimera de pensamentos, feita dos delírios e devaneios da vida que se acaba e que nunca vai se acabar. Do desespero do fim interminável. E a laconicidade da irônia vem destuir a prolixidade do rídiculo, desnudando o ser e expondo a pateticidade do poeta. E me pego sem fazer o menor sentido. Patético.

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