quinta-feira, outubro 24, 2002

Sentei pra escrever... Mas nada flui... Nada vem... Nada funciona direito. Nenhuma idéia de como expressar o que sinto, de como dizer...Hoje a tarde, tive um sonho. Sempre lembro dos meus sonhos. Quer dizer, sempre não sei, pq se não lembrar, não vou saber que sonhei. Anyway, tive um hoje a tarde. Um sonho bom. Onde eu ouvia o Djavan cantando Boa Noite pra mim e eu fazia uma ligação e tudo estava bem. Obviamente, acordei. Realidade. A merda toda é que, mesmo acordado, acabo sonhando também. E acordando dentro do acordado. E realidade. Acho que isso, ao longo da minha vida, acabaram gerando realidades em cima de realidades e eu acabo vivendo cercado por elas. E elas vão se mesclando umas nas outras, pra parecer uma só, pq o meu cérebro não consegue perceber, captar ou viver com várias realidades o cercando. É mais ou menos como as cores. Vários pontinhos diferentes minúsculos que se juntam pra formar uma cor. Vc não consegue captar de onde vc olha, mas eles estão lá. Só chegando muito perto ou com uma lente, vc percebe isso. A diferença com as realidades é que elas acabam se mesclando, se confundindo entre si, e mesmo que eu chegue bem perto, ou que as olhe numa lente e aumento, não consigo distingui-las. Se pudesse seria perfeito: Olharia as realidades, escolheria a que eu mais gostasse e iria viver nela, esquecendo as outras. Quando aquela me cansasse, olharia pro lado e iria pruma outra. Aí vem a pior parte. O problema é que, como disse acima, continuo sonhando. Mesmo tendo acordado tantas vezes. No início, até que dá perceber, as vezes, que é um sonho. Mas chega um ponto que eu perco a noção, perco a capacidade de distinguir. Acabo achando que é uma realidade. Pronto. Aí à confusão de realidades, vem se unir uma tormenta de sonhos desgarrados e frustrados (porque todo sonho é frustrado. Você sempre acorda), confundidos com o real. E eles meu cérebro os mescla com a realidade e transforma tudo num novelo de sem início nem fim, num bolo disforme de camadas sem camadas perceptíveis. É como aqueles brinquedos das caixas, onde vc tira uma caixa menor de dentro da outra até chegar na última, com a diferença que todas as caixas são do emsmo tamanho e mesmo assim ESTÃO umas dentro das outras e vc não tem como separá-las. Então, acabo vivendo uma vida ( e eu ia viver mais o que se não fosse uma vida?) de realidades e sonhos superpostos, sobrepostos e interpostos. Aí vem uma vozinha e me diz:"Ô mané! Quer acabar com isso? Para de sonhar, cabeção! Assim, vc para de acordar várias vezes e os sonhos serão inexistentes!". "É verdade.", penso. E tomo a resolução, concreta firme e inabalável de nunca mais sonhar. Mas aí, eu já nem sei se já estou não sonhando de novo...



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