Bom, sexta a noite. Na verdade,12:34 do sábado. Como estou sem CPU, talvez o texto não flua no papel. Não sei como começar. Talvez com um desejo: Queria que minha vida fosse um filma com John cusack. E uma conclusão: Não é. Serendipity (é assim que escreve?) não é um lugar que exista no meu universo. Imagino porque meus olhos não secam. Porque a tristeza, volta com um soprriso de escárnio, e se instala confortavelmente. Ela conhece a casa. Velha companheira. Trás sua maiga, a solidão, outra velha conhecida. Essa volta cabisbaixa, com um olhar de desculpas, me dizendo que não tem pra onde ir, Será que posso ficar aqui? Pode. Porque não tem outro jeito. é assim que é. Longe de casa, sem amigos, sem ter com quem conversar (guga tá na rua), e sem olhos pra ver. É natural que fique triste, "carregado", me recolha, me enclausure. Sim, queria mais atenção. sim, era isso que esperava. Atenção, toques, carícias, sensações. Mas não veio nada disso. Uma repulsa unilateral, eu com um medo terrível de tocar, e uma sensação de vazio a cada olhar irônico. Um desespero a cada resposta minha, tomadas como um gesto brusco, como impaciência ou drama, e replicadas com... Secura. A mais simples das respostas, um "não tenho onde anotar o nº" recebe um "tá bom" seco seguido de um olhar ferino, irônico. Talvez eu seja cheio de "não-me-toques". Mas talvez eu ESTEJA assim. E esteja assim porque senti algo vindo do outro lado. Um adistância infinita, um afastamento quase que total. Vejo três pessoas que estão próximas e contentes por eu estar aqui. Ou melhor, duas pessoas e um cachorro. O Basquiat me adora. Mas ele não conto, ele adora todo mundo... E os olhos não estão incluídos. Soube que era por medo de sofrer depois, por estar com um pé atrás, por não querer estar 100% na relação. Problema explicado. Eu entrei com os dois pés, sem pensar no depois, pra tirar 100% de proveito do agora. Mergulhei de cabeça duma altura infinita num mar que descobri congelçado ao bater nele, e minha cabeça foi se quebrando no gelo e meu copr sendo cortado pelas lascasa que saiam e o frio me invadindo. Achei que era um problema de sentimento. De só eu sentir. Disseram que não, que o senimento era o mesmo e que se chateou por eu ter duvidado. . Mas agora, mas do que nunca, acho que o problema é o sentimento. Mas do que nunca, eu duvido. E vem uma sensação desagradável: Sabe quando você sente que alguém não quer lhe dizer alguma coisa porque você teria feito um sacrifício por algo? E essa coisa não existiria mais, mas não lhe diriam, com medo de lhe decepcionar, ou algo assim? Pois é. É o que vejo. Não existe sentimento, mas como eu vim de longe, essas coisas, é melhor não dizer nada, e ir levando até eu ir embora. That hurts. A lot. Me sentir um peso, um estorvo, ignorado. E tenho tanta coisa pra te dizer. Coisas boas, que agora não creio que sejam ditas nunca mais. Mas uma coisa eu preciso dizer. Uma coisa que não consegue ficar presa: Acho que a goiabeira se trasnformou nun grande olho azul que não enxerga. Não vou falar a frase com todas as letras. Primeiro, porque não acho que você queira ouvir. Ou ler. E depois, porque não preciso dela pra sentir. Mas acho que estou sendo claro o suficiente. Não? Bom, então la vai: sinto aquela coisa que não se defgine, mas que ja foi motivo para a construção de um cavalo oco de madeira. Pronto. é isso. Bom, o fato é que, se o dia de hgoje (sábado) for como eu sinto ele vindo, adiantarei minha passagem e voltarei um dia antes, no domingo. Isso implica numa série de vantagens: Livrarei alguém duma presença inoportuna, sairei da vida de quem quer que eu saia, e pouparei uma ida a rodoviária, já que os tambores estarão tocando. Acho que é o melhor que posso fazer por você agora. Acho que é o que você quer. Tentei fazer tudo pra te agradar. Juro que minhas rerspostas não eram impacientes, juro que me afastei porque achei que era o que você queira. Porque te senti distante e achei que fosse o melhor a fazer. Só senti meus olhos em dois momentos. e eles tinham algo em comun que é um pouco depreciador do sentimento exposto. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (parte do texto cortada pra evitar mais confusão...) ...mas então vinha o outro dia. e o abismo voltava. e eu tinha certeza de que era um intruso indesejado. Talvez o pé atrás, o falta da porcentagem e o medo de sofrer, tenham sido justamente a causa do sofrimento aparecer. Não estou culpando ninguém. Talvez a diferença de expectativas ou, como acho mais razoável. de sentimentos. Ou falta de. PRa não fugir do clichê, a vida é assim. Tristezas e alegrias. O que importa é que eu vi, vim e perdi. Mas vim. Continuando com o clichê ( a vida é cheia deles), eu nunca vou te esquecer. Esse tipo de história, não se esquece. Não importa se acabou bem ou mal, ou se acabou mesmo. Aquel sentimento de tróia vai demorar de passar. Mas como sempre, um dia, sem que agente perceba exatamente como, ele terá ido e só deixado lembranças. E eu vou olhar pra trás e ver que um piercing foi o que restou. Minha vida, não é um filme com John Cusack.
Rio de Janeiro, 28 de Setembro de 2002
02:17 da manhã
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