quarta-feira, julho 31, 2002

Realmente, não entendo. Ainda estou meio abobado com tudo. Na segunda-feira, eu questionava a cadeia de eventos que desembocavam num encontro do acaso. Na serie de coicidências, decisões e tempos perfeitos que fazem duas pessoas se encontrarem por acaso bem ali. Naquele ponto da vida. Ainda ontem, eu me expulsei da sua vida. Dizia que tinha saido oficialmente dela, pro seu próprio bem. Me expulsei duma maneira que, achei eu, era definitiva. Não tinha volta. Há poucas horas, eu me sentia a pessoa mais só do mundo, menor do que uma partícula infínitésimal. Aí eu te encontro por acaso. Me bato de frente com a Lua. Aí eu volto pra sua vida, mesmo que rapidamente. Aí eu não estou mais só. Mesmo que por poucos minutos. Mas uma materia para a discussão dos místicos/céticos/românticos.



Pra mim, foi só viver o momento. Te ter de novo perto. Sentir seu abraço. Sentir sua boca. O toque de sua mão no meu rosto. É o que mais gosto... por mim, passaria fácil o resto da vida com você acariciando meu rosto. Enfim, sentir. Esquece o depois e viver o que tinha que viver. Naquela hora. Sem medo, sem culpa sem depois. Só viver.



Nunca Vinícius foi tão real pra mim: "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Ainda ontem um amigo me disse isso.



Resolvi dizer a todos o que já tinha te dito. Usando as palavras do mesmo Vinícius:



"Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos.
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo.
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas,
Nem a fascinação das promessas.
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias.
E só te pede que repouses quieta, muito quieta.
E deixe que as mãos cálidas da noite
Encontre sem fatalidade o olhar estático da aurora."

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