quarta-feira, julho 31, 2002

Sozinho. Estou me sentindo mais só do que nunca. Apesar da surreal noite (vide Shaggapress), nunca me senti tão só como hoje. Como os personagens do livro Blackout do Marcelo Rubens Paiva. O último dos seres que se move sobre esse planeta. Uma sensação opressão, como se tudo fosse gigantesco e eu uma formiguinha perante o mais infinitesimal dos átomos. Um sopro do nada... E ainda tem o frio. Não o frio externo. Não o frio invernal. Esse se resolveria com um edredon. Mas uma coisa gélida por dentro. Como se todas as céluals do meu corpo estivessem cada vez mais devagar. E a falta da cinética, faria gelar tudo. O sangue bombeado é pouco pra esquentar. E ele circula cada vez mais frio, pois passa por um coração cada vez mais frio. E com o frio, vem a dor. A dor de ser. A dor de sentir. A simples dor de viver. De ter que acordar, levantar, encarar o mundo. Uma dor de solidão. De se saber sozinho. Perdido. Cego. Sigo tateando nos corredores da vida, entrando em toda porta que acho, ou que vejo alguma luz, pra ver se aquela é a minha. Nunca é. Tenho pavor de nunca encontrar, e morrer tentando. Quero e sentar e desistir. Deve ser mais fácil. Mas sempre que tento parar, alguma coisa vem e me dá um empurrão. E sigo cambaleando. Uma ideia martela na minha cabeça: "É melhor morrer tentando, é melhor morrer tentando". Não sei bem o porque, mas desconfio que seja porque um dia, quem sabe, eu ache a porta certa. Riu um pouco desse pensamento utópico, mas sigo, quixotesco, pela vida. E aqui estou. Acordado, de pé, encarando o mundo. Com frio. Com dor. Sozinho.

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