sábado, setembro 07, 2002

Não sei como começar. Fato é que essa foi uma das melhores semanas de que me lembro. Mas esse post vai ser sobre algo específico: Os Econtros Randômicos na minha vida e suas consequências. Talvez, se chame destino. Sei lá. A história começa duas semanas atrás, no show de Cidade Negra. Não lembro exatamente o dia. Bom, nem gosto muito do cidade, mas resolvi ir lá conferir o show. E, surpreendentemente, o show foi muito bom. Mas isso pouco importa pra esse post. O que importa é que, lá pelo meio do show, meus olhos encontraram o dela. Linda. Não vou descrevê-la. Acho que a grande vantagem da literatura (não que eu me pretenda um literário) sobre o cinema é que na literatura, você não tem uma imagem formada. Você lê e imagina uma mulher linda. No cinema, ela está lá e talvez ela não seja linda. Então, imaginem uma mulher linda. Bom encontrei lá, aqueles olhos. E eles encontraram os meus. E ficaram se encontrando por toda noite. Travei uma batalha interna com minha timidez, e perdi. Perdi, fui embora do show, com uma terrível sensação de cegueira. Fade in, corta pra quinta a noite. Show de Gil. Mesmo cenário. Subo as escadarias da Concha, no meio do show, pra pegar uma água. Na fila pra comprar as fichas, que eu já tinha, eles estão lá. Os mesmos olhos. Sorriem num sinal de reconhecimento. Sorrio de volta e, estupidamente, passo direto. Passo umas três, sempre com eles sorrindo e sempre minha timidez levando a melhor. Volto pra onde estava. Saco. Tento procura-los na multidão. O show acaba, as esperanças também. Sentamos, ficamos esperando a concha esvaziar. Meia hora se passa, e lá vamos nós, eu e o pessoal que tava comigo, rumando pra minha casa pra acabar a noite. E eles estavam lá de novo. Na subida das escadarias. Sorriram com mais intensidade, como um convite. Sorri de volta e... passo direto. Merda. Lá de cima, viro, brigo e dessa vez, levo a melhor sobre a timidez. Volto lá. Apresentações, sorrisos, olhares... Carioca, indo embora... Pouco tempo depois, meu celular no dela, precisei ir. Ficaria de esperar uma ligação dela mais tarde. Mas a bateria, caprichosamente, arriou sem que eu percebesse... Fade in, corta pra sexta a tarde. Chegando em casa, cansado, lendo um livro, deitado, já pra dormir, toca o telefone. Iguatemi, esperando o horário do ônibus, vem pra cá. Vou. 16:30, ônibus 21:00. Cinema? Cinema. Eu, tímido, não sabia como agir. Mas aconteceu naturalmente. Sem forçar, sem preparar. Aconteceu. E foi... Foi... Não sei descrever... Foi como entrar naqueles olhos... Azuis. Lindos. Depois, conversamos mais um pouco, nos identificamos mais um muito. E aqueles olhos... Aquele olhar... Não esqueço mais. Aquele olhar vai ser pra sempre meu. Foi tudo muito... Sei lá... Traçado, acho. Desde o início. Desde o primeiro show. As decisões que se toma, que desencadeiam uma série de eventos que culminam em algo importante. As pequenas decisões. Se eu ficasse um pouco mais pra esquerda no primeiro show, talvez não a visse. Se eu fosse comprar água 10 minutos depois, no segundo show, talvez não a visse. Se eu fosse embora 1 minuto depois, talvez ela já tivesse ido. Mas tudo, tudo encaixado. Toda a sequência de fatos que tinham que acontecer nos exatos instantes. Não sei do que chamar. E não sei se pouco importa o que é. Mas importa que foi. Na rodoviária, entro uma última vez naqueles olhos. Mas com a certeza absoluta, que voltarei a vê-los. Saudades. Incrível, mas saudades. Poucas horas de convivência, mas saudades. Sei que, ainda hoje, eles vão estar percorrendo essas linhas. Azuis. E sei também que aquele teu olhar vai ser pra sempre meu.

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